Luz, Câmera, Ação






Vem cá, olha pra mim e me diz:

quem dirigiria um filme sobre nós dois?

A gente briga, a gente explode. Michael Bay nos entenderia, né? Mas isso cansa. Não quero quarteirões explodindo pra nos representar.

Muito menos Tarantino. Nada contra os exageros. Nada contra as referências. Apenas que nossa história tem uma ordem cronológica. Ele até faz isso de vez quando, mas melhor não arriscar.

E se fosse o James Cameron? Seria um sucesso, mas sem nada de profundo. um romance como o nosso mereceria algo melhor....

Você não é mais o verão de Marc Webb pra sumir de minha vida, pra dizer que não temos nada a ver. E também não sou nenhum herói refeito. Descartemos.

Talvez todo estilo e concepção diferente de Tim Burton combine. Mas ainda que faça tudo ótimo, o passado sempre vai assombrar. Ainda bem que nunca fizemos Batman Returns, diferente dele. E não quero nada que me associe àquele filme.

Estamos no Brasil e quem faz sucesso aqui? Isso: Daniel Filho. Nem precisa caprichar na produção/roteiro não. Só botar globais interpretando a gente. O roteiro pode ser ruim mas o que importa é que os cinemas lotarão. Capaz de entrevistarem a gente no Fantástico com "o casal que inspirou o novo sucesso do cinema". Mas vamos passar muita raiva ao assistir e ver que não é nada daquilo.

Mas existe o Padilha, né? Mas eu nunca quero que você peça pra sair. Nem mesmo quero novos inimigos. Não somos uma tropa. Somos só nós dois.

Já Kevin Smith está louco. Nem adianta. Ser bom apenas em seu próprio universo não dá. Eu quero ser bom no meu universo e no novo universo criado pra nós dois, porque eu sei que existem milhões de garotas legais por aí, mas não são todas que me levam lasanha no trabalho como sei que você faria. E também não quero dois caras estranhos aparecendo em tudo que a gente faça.

Woody Allen é genial. Ele faz tudo na medida certa. É aquele humor fora dos clichês, bem como a gente. E sempre tem um engraçadinho mal-humorado ali. Nem precisamos ir a Barcelona, Paris ou Roma porque ele já nos mostrou como é lá. Mas a gente não é tão perfeito como um filme dele?

Já sei: a gente dirige um filme sobre nós. Eu filmo, você filma. Eu edito, você edita. Eu produzo, você produz. Só não precisamos interpretar hora nenhuma, porque os protagonistas somos nós e nossos amor é bem real.

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