Sorridente
O celular tocou e na mesma hora eu me perguntei quem é que ainda telefona nos dias de hoje. Os números, muitos, tão bagunçados e sem uma repetição, não me fizeram ter a mínima ideia de quem era. Atendo. "Oi. Sabe quem tá falando?" . Finjo que não entendi e repito o "alô?" . Aquela voz feminina, e doce, repete meu nome e pergunta novamente se sei quem está do outro lado da linha. Digo que a ligação tá ruim, que sou eu mesmo e pergunto quem é. Ela se identifica e na mesma hora um sorriso surge no meu rosto. Havia uns bons 3 ou 4 anos que a gente não se falava. “Desde o Orkut, né?” ela brincou ao dizer. Perguntas rápidas e ela disse “liguei porque estava com saudade. Adoro conversar com você. Podemos nos ver?” E nos vimos. Como imaginei, ela estava carente. Não de um homem, mas de atenção. Estava vindo de uma namoro recém-terminado que havia nos afastado nos últimos dois anos. Fui até a casa dela e minhas expectativas desde mais cedo eram as mais maldos